Codel esclarece regras de programa de crédito vinculado à Garantinorte

Representantes do Observatório de Gestão Pública de Londrina se reuniram com diretores da Codel e da garantidora de crédito Garantinorte para esclarecer alguns pontos sobre o funcionamento do programa que oferece crédito facilitado a micro, pequenos e médios empresários afetados pela pandemia. O programa resulta de projeto de lei que autoriza o município a destinar um fundo como garantia para que instituições bancárias possam fazer empréstimos a esse público. O valor que constitui o fundo é de R$5 milhões (provenientes de recursos da prefeitura e da câmara municipal), o que possibilita  empréstimos no valor total de R$50 milhões.

O encontro teve o objetivo de complementar informações que já haviam sido solicitadas à Codel em ofício questionando os critérios para oferta do crédito, dados sobre o número de beneficiados e sobre os motivos para negação dos empréstimos. Com base nos dados, o OGPL vai preparar um relatório sobre o tema. 

Fomento aos pequenos

Participaram da reunião com a equipe do OGPL o assessor executivo da Codel, Rogério Kodani, a diretora administrativa da Codel, Lilian Santos, e a diretora executiva da Garantinorte, Joyce  Giron. Eles esclareceram que o programa visa oferecer fomento aos empreendedores individuais, micro e pequenos empresários que enfrentam problemas financeiros por causa da pandemia de Covid-19. “Não é um programa social, é um programa de fomento por meio do empréstimo de dinheiro a juros mais atrativos e condições facilitadas”, ponderou Kodani.

Esse é um dos pontos que precisa ser melhor esclarecido para que os empresários busquem o recurso de forma mais assertiva. Por isso, em 2021, a divulgação do programa deve ganhar fôlego. Até o momento, grande parte dos beneficiados chegam à Garantenorte

por meio de entidades de classe, redes sociais, bancos e mídia, mas muitos ainda pensam que se trata de um benefício sem obrigação de pagar pelo empréstimo.

Juros mais baixos

O diferencial do programa da Garantinorte é que a taxa de juros é mais baixa, pois o convênio com a prefeitura garante ao banco a segurança da operação. Até o momento, foram atendidas 178 empresas com o valor total de R$ 9,6 milhões em empréstimos. A boa notícia é que, até o momento, não houve registro de inadimplência.

Em relação aos critérios que pautam a negativa do crédito, Joyce explicou que são baseados em análise da capacidade de pagamento (faturamento x endividamento), pontualidade de pagamentos e discrepância nas informações relatadas. Uma média de 300 empresas tiveram crédito negado por esses motivos, o que indica, na análise da Codel, 

que os empresários precisam aprimorar seus sistemas de gestão para ter informações mais consolidadas sobre o fluxo.

O programa tem prazo de 60 meses para terminar e, durante esse período, o recurso ofertado em garantia fica em conta do município. Se o modelo funcionar, a ideia é que se torne uma política permanente.